Em umas das minhas aulas de Biologia ministradas aqui na escola, passei dois vídeos sobre daltonismo; o primeiro vídeo, uma reportagem de telejornal da TV Brasil, ressaltava sobre a negação do Detran gaúcho à permissão de um motorista a conduzir veículos automotores. A segunda, uma reportagem de telejornal da Rede Globo. O que mais me chamou a atenção foi o fato de, vez ou outra, os repóteres (e as vezes até os oftalmologistas) afirmar que existem motoristas PORTADORES do gene que causa o daltonismo.
Vamos aos pontos:
Cariótipo de um homem normal
Cariótipo de uma mulher normal
1 - Quando um programa de informação, como um telejornal, diz que um homem é portador de um gene (no caso, em que se trata, de genes ligado ao cromossomo X), dá a entender que esse indivíduo tem o gene, mas não tem a anomalia.
2 - Tudo bem, que dizer em cadeia nacional que um indivíduo é afetado por um anomalia, pode soar muito pejorativo. Mas, em si tratando de genes recessivos ligado ao cromossomo X, indivíduo do sexo masculino se encontra em duas situações: ou ele é afetado ou é normal.
3 - No caso de genes de caracteres recessivos ligado ao cromossomo X, apenas as mulheres podem ser portadoras.
O problema não é a informação está errada, mas incompleta. Afinal, médicos e repórteres são seres humanos, assim como os geneticistas também. O importante é saber como esses assuntos são repassados na escola.
Vamos compreender o assunto:
O cariótipo humano é composto de 23 pares de cromossomos, sendo metade herdado da mãe é 23 herdado do pai. A combinação de genes desses cromossomos irá determinar o fenótipo do indivíduo.
Desses 23 pares, 22 deles são classificados como autossômicos e são responsáveis por vários caracteres; esses cromossomos estão presentes tanto em homens quanto em mulheres.
Dos 23 pares, 1 par é chamado de sexual. Para determinar um cariótipo feminino, utilizamos a letra X, para representar esse cromossomo. Como os cromossomos são pareados, uma mulher recebe um cromossomo X de sua mãe e outro de seu pai, perfazendo o genótipo XX. Para determinar um cariótipo masculino, utilizamos as letras X e Y. Como os cromossomos são pareados, um homem recebe de seu pai o cromossomo Y e de sua mãe o cromossomo X, perfazendo o genótipo XY.
O cromossomo X e Y são muito diferentes quanto ao tamanho e a quantidade de genes. Diferentes dos cromossomos autossômicos, que são semelhantes quanto ao tamanho, a forma e a quantidade de genes. Os cromossomos sexuais não obedecem esses critérios. Com isso, são poucos os genes que tem alelos correspondentes.
O gene que causa o daltonismo, por exemplo, é um deles. Ele está presente no cromossomo X, mas não há um alelo à ele no cromossomo Y. O gene que causa o daltonismo é recessivo. Obedecendo a Primeira Lei de Mendel, para que uma anomalia ocorra, é necessário que o indivíduo receba de seus genitores uma carga dupla desses genes; como ocorre com outras anomalias, como o albinismo.
Para que uma mulher nasça daltonica é preciso que seu pai seja daltônico é sua mãe, seja pelo menos, portadora dos genes, assim ela terá uma carga dupla dos genes recessivos:
XdXd (Xd herdado da mãe e Xd herdado do pai).
Onde X é a denominação do cromossomo e "d" é o gene em questão.
Onde X é a denominação do cromossomo e "d" é o gene em questão.

Para que nasça um homem daltônico ele só precisa receber Xd (Xd herdado da mãe), já que o cromossomo Y, ele recebe de seu pai.
Observando por esse ângulo, nunca teremos um homem apenas portador do gene (para genética, portador do gene é aquele que tem o gene mas não se manifesta no indivíduo).
bisnetomaia.blogspot.com
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